A idéia deste artigo é que ele funcione como uma espécie de guia para quem quer dicas sobre o que priorizar entre as centenas de filmes do Festival do Rio. Um aviso: assim como você, eu também não vi muita coisa dos títulos exibidos. Portanto, as minhas recomendações compreendem os poucos que vi e gostei e aqueles que eu acredito que valham a pena assistir. Quando digo “valer a pena”, estou me referindo àqueles filmes que eu imagino que sejam bons e que não tenham distribuição comercial garantida no Brasil (normalmente aqueles cuja legenda em português não é eletrônica, mas sim impressa na cópia, estrearão mais rápido).
Então aqui vão as minhas dicas para cada um dos segmentos do Festival. O currículo do diretor, os prêmios em festivais internacionais, os elogios da crítica internacional, temática interessante e – porque não – um pouco de intuição servem de parâmetros para escolher o que priorizar. Afinal, são 64 dicas! Tomara que nenhum desses seja roubada e boa maratona!
PANORAMA
- “Cavalo de Duas Pernas”, de Samira Makhmalbaf
- “Choke”, de Clark Gregg – prêmio especial do júri em Sundance
- “Delta”, de Kornél Mundruczó – prêmio da crítica (FIPRESCI) em Cannes
- “Il Divo”, de Paolo Sorrentino – prêmio do júri em Cannes
- “Expresso Trans-siberiano”, de Brad Anderson
- “Gomorra”, de Matteo Garrone – grande prêmio do júri em Cannes
- “Guerra sem Cortes”, de Brian de Palma – prêmio de direção em Veneza, ainda sem previsão de estréia
- “Katyn”, de Andrzej Wajda
- “Quatro Noites com Anna”, de Jerzy Skolimowski
- “A Viagem do Balão Vermelho”, de Hou Hsiao-Hsien
- “O Visitante”, de Tom McCarthy
- “Vocês, Os Vivos”, de Roy Andersson
- “Waltz with Bashir”, de Ari Folman
EXPECTATIVA
- “Aquele Querido Mês de Agosto”, de Miguel Gomes
- “Ballast”, de Lance Hammer – prêmio de direção e fotografia em Sundance
- “Boogie”, de Radu Muntean
- “E Buda Desabou de Vergonha”, de Hana Makhmalbaf – premiado em Berlim e San Sebastián
- “Filho de peixe...”, de Benjamin Gilmour
- “Garage”, de Lenny Abrahamson
- “O Livro das Férias”, de Tatil Kitabi – prêmio da FIPRESCI em Istambul
- “Meu Marlon e Brando”, de Huseyn Karabey – prêmio da FIPRESCI em Jerusalém
- “Na Cidade de Sylvia”, de José Luis Guerín – Guerín é um dos melhores diretores do novo cinema espanhol, e esse filme desafiador comprova isso
- “A Onda”, de Dennis Gansel
- “Sereia”, de Anna Melikan – prêmio da FIPRESCI em Berlim, melhor direção e grande prêmio do júri no Sundance
- “Sob as Bombas”, de Phillipe Aractingi
- “Traquinagens”, de Andrzej Jakimows – prêmio da FIPRESCI em Bratislava, prêmio especial do júri em São Paulo, grande prêmio do júri em Miami
- “Walt Disney & El Grupo, de Theodore Thomas
- “Wonderful Town”, de Adyta Assarat
HOMENAGEM A ARTURO RIPSTEIN
Dos três filmes do diretor mexicano que serão apresentados, vi e recomendo o impressionante “Vermelho Sangue”, que tem uma das cenas mais incômodas dos últimos tempos.
CENAS DO RIO
“Praça Saens Peña”, de Vinicius Reis, é um belo filme. Ainda sem data de estréia.
DEREK JARMAN REVISITADO
O instigante “Blue” perde muito com legendas – o filme de Derek Jarman em que o texto é declamado enquanto a tela permanece azul – é pra ser escutado, e não lido. Para quem não conhece nada da obra do diretor inglês, “Caravaggio” e “Wittgenstein” são seus cartões de visita mais famosos.
DIVAS ITALIANAS
Muita coisa dessa mostra já existe em DVD, mas como resistir a Monica Vitti, Claudia Cardinale, Sophia Loren, Silvana Mangano, etc na tela grande?
DOC LATINO
- “Intimidades de Shakespeare e Victor Hugo”, de Yulene Olaizola – premiado nos festivais da Cidade do México, de Lima e da Transilvânia
- “Minha Vida Dentro”, de Lucia Gajá
DOX (recomendações de Carlos Alberto Mattos)
- “As Águas de Katrina”, de Tia Lessin
- “A Doce Vida Africana”, de Cosima Spender
- “Gonzo: Um Delírio Americano”, de Alex Gibney
- “Mataram a Irmã Dorothy”, de Daniel Jungle
FOCO REINO UNIDO
- “Fome”, de Steve McQueen – prêmio Camera D’Or em Cannes
- “Happy Go Lucky”, de Mike Leigh – prêmio de melhor atriz em Berlim
- “Homem Equilibrista”, de James Marsh – grande prêmio do júri em Sundance
- “Sobre o Tempo e a Cidade”, de Terence Davies
- “This is England” – prêmio BAFTA de Melhor Filme
FRATELLI TAVIANI
Como há pouca coisa dos irmãos Taviani disponível em DVD, essa retrospectiva é uma boa oportunidade para conferir raridades como “Alonsanfan” e “Um Grito de Revolta”, além de clássicos como “Pai Patrão” e “A Noite de São Lourenço”
LIMITES E FRONTEIRAS
- “Os Roqueiros Esquecidos do Deserto”, de François Bergeron
MIDNIGHT MOVIES
- “O Bom, O Mau, O Bizarro”, de Kim Jee-Woon
- “REC”, de Jaume Balagueró e Paco Plaza – prêmio do público no Fantasporto e no festival de Sitges
MIDNIGHT SONGS
- “CSNY: Déja vu”, de Neil Young
- “Joe Strummer: O Futuro Está Para Ser Escrito”, de Julien Temple
MUNDO GAY
- “Ser Como Os Outros”, de Tanaz Eshaghian
PREMIERE BRASIL
Traz inúmeros bons títulos, que eu prefiro, na medida do possível, deixar pra assistir quando entrarem em cartaz.
PREMIERE LATINA
- “A Boa Vida”, de Andres Wood
- “La Leonera”, de Pablo Trapero
- “Liverpool”, de Lisandro Alonso
- “A Mulher Sem Cabeça”, de Lucrecia Martel
- “O Sangue Brota”, de Pablo Fendrik
TESOUROS DA CINEMATECA
- “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola – Os tons escuros da obra-prima de Coppola ganham outra dimensão no cinema, ainda mais em cópia restaurada
100 ANOS DE IMIGRAÇÃO JAPONESA
- “Aquiles e A Tartaruga”, de Takeshi Kitano
- “Glória ao Cineasta”, de Takeshi Kitano
- “Ponyo On The Cliff By The Sea”, de Hayao Miyazaki
- “Sonata de Tóquio”, de Kiyoshi Kurosawa
- “Sukiyaki Western Django”, de Takashi Mike