Críticas


VICKY CRISTINA BARCELONA

De: WOODY ALLEN
Com: JAVIER BARDEM, SCARLETT JOHANSSON, PENELOPE CRUZ, REBECCA HALL
30.11.2008
Por Marcelo Janot
ALLEN PREGUIÇA BARCELONA

Com todo o respeito e admiração que tenho pelo amigo Luiz Fernando Gallego, do Criticos.com.br, só mesmo com muita boa vontade para enxergar como qualidade uma suposta influência de Truffaut na preguiçosa narração em off de Vicky Cristina Barcelona. A narração é excessiva, muitas vezes redundante e reiterativa, e o que é pior, traz pouco do humor de Woody Allen.



Esse é o maior problema de Vicky Cristina Barcelona: embora esteja longe de ser um filme ruim, tem muito pouco das características marcantes que fizeram de Woody Allen um dos mais antigos autores ainda em atividade no cinema. A impressão que fica é a de que, para manter a impressionante média de um filme realizado por ano, Woody Allen tenha engrenado um ritmo de produção quase industrial, ou seja, ligando o “piloto automático” ao invés de se esmerar na criação de situações e diálogos originais.



Não há nada de novo na abordagem dos conflitos sentimentais de uma jovem certinha e outra mais liberal, ambas seduzidas por um pintor catalão. Mesmo assim, graças aos ótimos desempenhos de Scarlett Johansson, Javier Bardem e Rebecca Hall, a primeira metade do filme é bastante envolvente. Tudo levava a crer que a entrada em cena da desequilibrada ex-mulher do pintor (Penelope Cruz) seria um prato cheio para Woody Allen acrescentar o seu tempero, mas o que se vê é ele desperdiçando o inusitado das situações, que acabam resvalando na caricatura e tornam a segunda parte do filme um tanto modorrenta.



Vicky Cristina Bacelona, que tem belíssimas imagens de Barcelona e Oviedo, ótima música espanhola na trilha sonora, deixa ainda outra impressão: a de que Woody Allen foi contratado a peso de ouro pelo governo espanhol para produzir um caprichado filme turístico, sendo obrigatória por contrato a inclusão do nome “Barcelona” no título. E ainda faturou um extra fazendo um descarado merchandising da Fiat.



Woody, que tal filmar no Rio de Janeiro ano que vem?

Voltar
Compartilhe
Deixe seu comentário