Especiais


FESTIVAL DO RIO 2012: JOSHUA TREE, 1951 – UM RETRATO DE JAMES DEAN

27.09.2012
Por Luiz Fernando Gallego
DESERTO DE IDEIAS

JOSHUA TREE, 1951 - UM RETRATO DE JAMES DEAN

de Matthew Mishory



Exibido recentemente na mostra sobre James Dean que esteve no CCBB-Rio, este filme parte da hipótese de que o ator precocemente desaparecido era homo ou bissexual. A partir disso constrói uma narrativa de pretensão poética sobre uma viagem de Dean ao deserto de Joshua Tree, acompanhado de um companheiro de quarto na Universidade da Califórnia (que viria a ser o roteirista William Blast) e de uma atriz. Muitas cenas em flashback mostram Dean (interpretado por James Preston) com seu agente à beira de uma piscina repleta de rapazes atléticos e despidos. Outra cena mostra Dean sendo currado em uma escada, tão gratuita no enredo quanto outras em que o ator surge curtindo ser queimado por pontas de cigarro em franca perversão masoquista.



O trabalho virtuosístico da fotografia em preto-e-branco (de Michael Pessah) ajuda a dar uma aura “artística” ao filme, mas não é suficiente para contrabalançar as deficiências do roteiro muito mal construído e da direção sem ritmo que faz do filme um tédio só apesar de quase não ultrapassar hora e meia de duração.



Uma relativa ousadia coloca um cover de Frank Sinatra cantando (bem) a (bela) canção I fall in love too easily praticamente inteira em uma cena de night club – igualmente incapaz de por si só valer uma recomendação para o filme. Melhor escutar esse standard em um de suas inúmeros registros jazzísticos.

Voltar
Compartilhe
Deixe seu comentário