Especiais


FESTIVAL DO RIO 2012: ALÉM DOS MUROS

29.09.2012
Por Daniel Schenker
SOFRIMENTO SEM ANESTESIA

Para marcar a sua estreia no terreno do longa-metragem, o diretor David Lambert decidiu contar, em Além dos Muros , uma história de amor que inicia de forma despretensiosa, mas adquire contornos cada vez mais passionais: Paulo e Illir, ambos músicos, se conhecem casualmente num bar. O primeiro mantém um elo sem perspectivas com a namorada; o segundo preserva, de início, a privacidade. O vínculo se intensifica a partir do instante em que passam a morar juntos. O frisson dos primeiros momentos abre espaço para jogos sexuais vorazes. Até que um acontecimento interrompe a evolução desse relacionamento de tonalidades intensas.



Durante boa parte da projeção, Lambert coloca o público diante de personagens catárticos sem evidenciar um recorte específico capaz de valorizar o desenvolvimento do enredo. Aos poucos, contudo, Paulo e Illir começam a acumular feridas no corpo, seja devido ao confronto com circunstâncias bastante dramáticas, seja pela dificuldade em lidar com o sofrimento sem aderir a expedientes autodestrutivos. Não chega a ser propriamente um elemento diferencial, mas suscita algum interesse em torno de um filme depressivo e dolorosamente romântico. De brinde, cenas em que Paulo aparece fazendo acompanhamento ao piano de filmes mudos – entre eles, O Vento , de Victor Sjöström.

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