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FESTIVAL DO RIO 2012: ATRÁS DA PORTA

07.10.2012
Por Daniel Schenker
NADA DE NOVO NO FRONT

Um István Szabó bem distante da qualidade de filmes como Mephisto e Coronel Redl ressurge em Atrás da Porta , drama centrado no convívio entre a escritora Magda e Emerence, mulher de temperamento irascível que contrata como empregada, na Hungria da década de 60. Dada a personalidade de Emerence, a aproximação entre as duas mulheres já não soa muito crível. Mas Szabó investe nela a partir do batido gancho do elo improvável entre personagens portadoras de personalidades distintas.



Aos poucos, o cineasta desvenda o passado trágico de Emerence, de modo a justificar sua postura fechada e abertamente agressiva. Entretanto, tudo bate na tela como diluição de diversas histórias traumáticas. Szabó não consegue dotar a personagem de especificidade, o que prejudica, inclusive, o trabalho da ótima Helen Mirren, que conta com escasso material para construir Emerence. Atrás da Porta também se revela ultrapassado nas opções estéticas, tanto nos exageros da abertura quanto no desgastado contraste cromático utilizado para diferenciar passado e presente.

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