Críticas


RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

De: CÉLINE SCIAMMA
Com: NOÉMIE MERLANT, ADÈLE HAENEL, VALERIA GOLINO
09.01.2020
Por Luiz Fernando Gallego
Há muito para deslumbrar o espectador, da fotografia aos desempenhos.

O prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes deste ano para diretora e roteirista Céline Sciamma já justificaria o interesse pelo novo filme da realizadora de Tomboy (2011). Mas há muito mais para deslumbrar o espectador no filme mais recente de Sciamma. Tendo como mote a feitura de um retrato em 1760, temos um equivalente desta pintura como work in progress nas imagens obtidas pela cinegrafista Claire Mathon, dignas de grandes pintores, sejam aqueles que trabalham com tintas, sejam os que, como ela, trabalham com a luz. A fotografia, de beleza nada gratuita, impressiona tanto em interiores, à luz de velas, como em exteriores, diurnos ou noturnos.

Consta que o roteiro foi escrito por Sciamma para sua ex-namorada, a atriz Adèle Haenel que faz o papel de uma jovem cuja mãe (Valeria Golino) deseja ter um retrato da filha para enviar a um possível noivo em Milão. Mas a moça se recusa a servir de modelo. A habilidade de uma pintora mulher (Noémie Merlant numa tão “forte” quanto sutil interpretação) será testada.

Elenco e equipe técnica predominantemente femininas chegam a um resultado que pode lembrar algo dos filmes de época de Jacques Rivette, o que não é pouco!

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