Críticas


FESTIVAL DO RIO 2006: NA CAMA

De: MATÍAS BIZE
Com: BLANCA LEWIN, GONZALO VALENZUELA
22.09.2006
Por Carlos Alberto Mattos
AMOR CONTEMPORÂNEO

Este filme chileno tem sido uma deliciosa surpresa por onde passa – inclusive no último Cinesul, onde ganhou o Prêmio da Crítica. As surpresas, aliás, são várias. A começar pela modernidade de sua proposta, que tem sido comparada aos longos papos românticos de Richard Linklater. Um jovem e bonito casal está num quarto de motel, após uma transa casual. Conversam, como é de praxe nesses estranhos hiatos da vida. As descobertas e expectativas são inevitáveis, assim como a semente de sentimentos, os jogos e as manipulações.



A segunda surpresa vem dos dois atores, capazes de desmentir a primeira impressão de banalidade e tornar o encontro cada vez mais denso e matizado. E ainda temos a surpresa de um estilo seguro, apto a abstrair as limitações do cenário único e exíguo. Com câmera na mão e cortes precisos, Matías Bize multiplica perspectivas e valoriza o rosto e o corpo dos atores como os verdadeiros “espaços” de sua ação. Ali o amor contemporâneo mostra sua cara. E vai deixando claro que, no fundo, o amor não tem idade, pois as armadilhas de sempre estão à espreita até na “ficada” mais fortuita. Mas as surpresas ainda se estendem até a cena final.





# NA CAMA (EM LA CAMA)

Chile/Alemanha, 2005

Direção: MATÍAS BIZE

Elenco: BLANCA LEWIN, GONZALO VALENZUELA

Duração: 85 minutos

Site oficial: clique aqui

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