Críticas


FESTIVAL DO RIO 2007: O ASSALTANTE

De: PABLO FENDRIK
Com: ARTURO GOETZ, BARBARA LOMBARDO
30.09.2007
Por Marcelo Moutinho
À BEIRA DO DOCUMENTAL

O assaltante, primeiro longa do argentino Pablo Fendriz, decorre no espaço estreito de algumas horas. Com um registro à beira do documental, singrado em longuíssimos planos-seqüência, o diretor leva o espectador a acompanhar uma manhã aparentemente comum na história de um homem com vida dupla: o trabalho acima de qualquer suspeita numa escola de classe média vela a rotina de assaltos que planeja e executa contra colégios ricos.



Em seu curto filme, Fendriz não tenta esquadrinhar as razões pelas quais o homem realiza os crimes. Limita-se a inventariá-los, através de uma câmera nervosa que literalmente ‘cola’ no protagonista e reproduz, nos movimentos, sua forte tensão interna, num contraste flagrante com o semblante calmo que mantém durante os assaltos. A interpretação nuançada de Arturo Goetz acentua ainda mais essa impressão: o ator consegue passar da gentileza à fúria em poucos segundos.



É uma pena, portanto, que o diretor tenha forçado a mão ao tentar colocar, no caminho do protagonista, um signo de possível redenção. O encontro com a jovem a quem prestará socorro repisa velhos clichês e nada acrescenta à narrativa, destoando do tom austero com o qual Fendriz conduz seu longa até então. Trata-se de um pequeno senão, mas capaz de impedir que O assaltante se transforme em um grande filme.



# O ASSALTANTE (El asaltante)

Argentina, 2007

Direção: Pablo Fendrik

Roteiro: Pablo Fendrik

Elenco: Arturo Goetz, Bárbara Lombardo

Duração: 67 min.

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