Críticas


FESTIVAL DO RIO 2010 – MOSTRA MEIO AMBIENTE

23.09.2010
Por Críticos.com.br
MOSTRA MEIO AMBIENTE - FESTIVAL DO RIO 2010

NO MEIO DO RIO, ENTRE AS ÁRVORES



de Jorge Bodanzky. Brasil, 2010. 72min.



por CARLOS ALBERTO MATTOS



Há vários anos Jorge Bodanzky singra as águas do norte do país com seu barco Navegar Amazônia, verdadeiro centro cultural flutuante. Ali documenta a vida das populações ribeirinhas e as inicia nos misteres da produção audiovisual e da internet. Tudo desagua em vídeos no site da TV Navegar. Seu mais novo longa-metragem serve como amostra desse trabalho de cultivo persistente nos confins do Alto Solimões.



No Meio do Rio, Entre as Árvores tem bons momentos das oficinas populares de vídeo, embora incorpore pouco dos seus resultados. O forte mesmo é a visão abrangente de como Bodanzky e sua equipe registram o dia-a-dia das comunidades, suas diversões, questões de saúde, educação e controle ambiental.



Outro destaque são as belíssimas imagens da natureza amazônica, cenário que o cineasta conhece como a palma da mão. Longe do trabalho mais autoral e investigativo dos tempos de Iracema e Terceiro Milênio, o Bodanzky que se vê aqui é alguém empenhado no bom convívio entre ecologia e tecnologia.



Meio Ambiente - (VO) - Livre



SEG (27/9) 15:00 Odeon Petrobras [OD015]



TER (28/9) 13:30 Est Vivo Gávea 3 [GV321]



TER (28/9) 18:40 Est Vivo Gávea 1 [GV123]



QUI (30/9) 19:00 Cinema Nosso []



14:00 Ponto Cine []



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THE COVE (The Cove)



de Louie Psihoyos. EUA, 2009, 90 minutos



por PATRICIA REBELLO



The Cove, primeiro documentário de Louie Psihoyos, ganhador do Oscar na categoria deste ano, merece ser visto por boas e por más razões. O filme traz para a cena a chacina de golfinhos que acontece anualmente no Japão. Entre setembro e abril, de acordo com o documentário, cerca de 23.000 golfinhos são mortos em um cruel sistema de triagem, que envolve parques aquáticos e aquários mundo afora, falhas na legislação de ONG’s que protegem espécies marinhas e a má fé de distribuidores de carne de peixe para consumo da população. Psihoyos, que já foi fotógrafo da revista National Geographic, chegou ao tema a partir de um encontro com Ric O’Barry, o homem que treinou os golfinhos da série de televisão Flipper, um clássico dos anos 1960. É ele o ‘grande herói’ do filme.



Depois da morte de Kathy, último dos animais a encarnar o personagem, O’Barry tomou para si a gigantesca cruz de ser o responsável pela construção do mito em torno dos golfinhos. Algo que se espalhou por shows aquáticos e performances em aquários, e que leva uma enorme quantidade de animais para o cativeiro, onde cedo ou tarde eles encontram a morte. Há mais de 30 anos, O’Barry se dedica à libertação de golfinhos, implique isso ser ele preso, detido, expulso de países, ameaçado de morte ou processado. Foi ele quem levou o diretor a Taiji, uma pequena cidade no distrito de Higashimuro, onde, desconfia-se, acontece a maior parte das mortes. Especificamente, em uma pequena baía (daí o título do filme), escondida do mundo e guardada a sete chaves por um pequeno grupo de japoneses. Estes, por sua vez, são os ‘bandidos’ do documentário. O objetivo do filme é conseguir imagens que comprovem as suspeitas e denunciem a cruel matança.



Porque se esforça na criação de um argumento convincente, The Cove merece ser visto. Diferente de grande parte dos documentários ecológicos, ele abre mão da enfadonha narração em off e da mera colagem de entrevistas que sustentam a tese central do filme, e parte para uma construção completamente inspirada na estética e na estrutura narrativa de blockbusters como Onze homens e um segredo e Missão Impossível.



Mas, ao mesmo tempo, porque fica a meio caminho entre informação e entretenimento, o documentário não se resolve nem como uma coisa, nem outra. Se busca referência nas narrativas de ação hollywoodianas, a montagem é conservadora, antiquada (imagens que repetem e sublinham o que é dito pelos personagens) e óbvia: não há qualquer dúvida de que o filme terminará com as imagens da matança. Não há vontade de cinema no ato de contar essa história, de fazer as imagens falarem (haja vista que a principal cena é ‘filmada’ por uma ‘pedra’, uma câmera escondida em uma rocha artificial no local do crime). Porque está mais interessado nas informações das imagens de vigilância e das câmeras escondidas, ainda que impressione pela riqueza dos detalhes (em todos os sentidos possíveis), The Cove é um blockbuster mais ou menos. E porque toda a estrutura de ação converge sempre para as mesmas imagens (japoneses raivosos urrando para as câmeras americanas, japoneses engravatados insensíveis à matança, inumeráveis congressos onde não se resolve nada), o filme acaba informando menos pela construção narrativa que pelas informações técnicas e as teses biológicas, sociológicas e econômicas. Mesmo jogando com uma lógica de excessos, The Cove é um filme bom para pensar importantes questões sobre o documentário.



Meio Ambiente - (LEP) - 14 anos



TER (28/9) 15:20 Est Vivo Gávea 5 [GV522]



TER (28/9) 21:50 Est Vivo Gávea 5 [GV525]



QUA (29/9) 13:00 Est Barra Point 1 [BP126]



QUI (30/9) 12:00 Estação Botafogo 1 [EB141]



QUI (30/9) 18:00 Estação Botafogo 1 [EB144]

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