Críticas


FESTIVAL DO RIO 2010 – PREMIÈRE BRASIL

De: VÁRIOS DIRETORES
Com: VÁRIOS INTÉRPRETES
02.10.2010
Por Críticos.com.br
PREMIÉRE BRASIL - FESTIVAL DO RIO 2010

HISTÓRIAS REAIS DE UM MENTIROSO



de Mariana Caltabiano. Brasil, 2010. 71min.



por NELSON HOINEFF



Se Marcelo Nascimento da Rocha não existisse, teria que ser inventado. Todo mundo no Brasil conhece um pouco da sua história, mas ninguém sabe a sua história toda. Essa trajetória inusitada começou a vir à tona depois de uma longa entrevista ao caça-celebridades Amaury Jr, onde Marcelo se fazia passar pelo filho do dono da Gol. Não era só uma entrevista, mas o resultado de uma estadia numa grande boca-livre em Pernambuco, onde Marcelo fazia e desfazia, amparado na sua falsa identidade. No início, conta Marcelo, o apresentador de TV nem olhava para ele. Mas quando imaginou que se tratava do dono de uma grande companhia aérea, virou seu amigo de infância. Marcelo falava para Amaury sobre os planos da Gol e lhe oferecia patrocínios. Amaury, em troca, virava-se de costas para exibir ao telespectador a logomarca da empresa estampada em sua camiseta. A longa entrevista, evidentemente, chamou a atenção de todos – inclusive da polícia – para um impostor contumaz. Um traço da personalidade de Marcelo, no entanto, é que ele pouco se importava. Marcelo visivelmente se divertia é com o fazer, assim como, tal como vamos descobrir depois, se divertia com tudo. Em Pernambuco, participava de eventos sociais, posava para fotos com atrizes e empresários e, no mínimo, conseguia aviões particulares de outras empresas para pessoas que apareciam lá para bajulá-lo.



Essa era apenas a ponta do iceberg. Marcelo já tinha feito de tudo, desde pilotar clandestinamente jatos e helicópteros comerciais até ajudar traficantes buscando armas e entorpecentes em aeroportos de fronteira. O mais extraordinário de sua personalidade, contudo, não era esse criminoso, mas as ferramentas utilizadas para viabilizar suas ações. Marcelo valia-se, para seus golpes, da vaidade humana - da busca patética do homem pela celebração da futilidade.



Suas vítimas eram na maior parte vitimas do próprio deslumbramento. Muita gente não tinha consciência disso, mas o que Marcelo fazia se aproximava de um Bruno (o do filme) heterossexual. Marcelo derrubava os alicerces da futilidade pelo melhor dos meios: fazer-se reverenciado pelo mundo que ridicularizava. Era o cronista que ninguém mais poderia ser.



Há pouco mais de dois anos, essa notável historia foi contada em livro. Vips: histórias reais de um mentiroso tornou-se um sucesso literário imediato. Mais: a curiosidade que sua autora, Mariana Caltabiano, tinha pelo personagem foi potencializada quando sua vida e a de seu biografado se cruzaram a partir do acidente com um Airbus da TAM no aeroporto de Congonhas. O que seria a crônica de um grande cronista evoluiu para uma possível investigação sobre os interesses envolvidos no desdobramento de uma tragédia. O livro de Mariana resultou em dois filmes - que estão presentes no Festival do Rio 2010. Um, ficcional, com Wagner Moura no papel de Marcelo. O outro, documental, Histórias reais de um mentiroso, dirigido pela própria Mariana.



Narrado na primeira pessoa, Historias reais de um mentiroso começa com a revelação de Mariana de que sempre desejou fazer um filme. Ela escreve livros infantis e produz programas de televisão infantis. Surpreendentemente, utiliza animações infantis para contar a historia de um estelionatário, traficante e eventual líder de uma rebelião de detentos de alta periculosidade na Penitenciária de Bangu. Não poderia dar certo. E, no entanto, o que acontece é tão singular quanto as aventuras de Marcelo: Historias reais de um mentiroso resulta um documentário riquíssimo, divertido, pungente, investigativo. Extraordinário, para dizer o mínimo. Como tal coisa pode acontecer?



Uma das razões aparece na mera constatação de que a diretora simplesmente olha horizontalmente para seu personagem. Marcelo é muito diferente do que as pessoas esperam. Ele é carismático, irônico, descolado e impressionantemente inteligente. Todos esses atributos são também do filme. Mariana nos apresenta um Marcelo bem humorado, falando naturalmente sobre si mesmo. Exatamente o oposto do que o jornalismo televisivo faz cotidianamente. Marcelo não se gaba do que está nos contando. É sincero e fala em camadas superpostas. Nem por um segundo há duvidas de que o relato de suas falsidades pode também estar sendo falso. Isso é admiravelmente discutido no final com a própria diretora, que prepara para ele uma pegadinha. É um F for Fake potencializado, porque não fala de bens materiais mas de seres humanos. Mariana vê o personagem mas sobretudo o enxerga – e transfere isso ao espectador. Admira Marcelo – como ninguém com mais de dois neurônios poderia deixar de fazer – mas é critica em relação a ele. Vai a outros personagens extraordinários – a mãe do impostor, igualmente verdadeira, que desistiu do filho há muito tempo; celebridades tão saradas quanto patéticas – como é mesmo o nome delas?; gente da polícia e das empresas por onde Marcelo passou; e, é claro, o próprio Amaury Jr, colocado em permanente situação de constrangimento, porque o que está em questão é justamente o universo que ele representa.



Não é todo dia que aparece um personagem como Marcelo. Tão raro quanto isso é o aparecimento de diretores capaz de interpretar essa riqueza, de fugir ao previsível, ao banal, à idiotização hegemônica, inclusive e sobretudo entre os formadores de opinião, que no fundo é o que Marcelo faz aflorar. Historias reais de um mentiroso não é simplesmente um grande documentário. É a crônica comportamentista e ética de um país. Certamente a base para a eleição de um candidato ao Legislativo nos próximos anos, com 100% de chance de sucesso.



Première Brasil em competição - longa documentário - (LI) - 14 anos



SAB (2/10) 17:15 Odeon Petrobras [OD037]



DOM (3/10) 13:00 Pavilhão do Festival [PV017]



SEG (4/10) 15:40 Est Vivo Gávea 3 [GV352]



SEG (4/10) 20:00 Est Vivo Gávea 3 [GV354]



_____________________________________________________________________________



SANTOS DUMONT: PRÉ-CINEASTA?



de Carlos Adriano. Brasil, 2010. 64min



por CARLOS ALBERTO MATTOS



Carlos Adriano não esconde a origem de seu primeiro longa na sua própria tese de doutorado sobre Santos Dumont e a pré-história do cinema. A relativa coincidência entre o surgimento do mutoscópio (1894), as primeiras experiências de Santos Dumont com balões dirigíveis (1898) e a construção da Torre Eiffel (1889) – em torno da qual SD fez voo célebre em 1901 – levaram o cineasta a articular uma série de conexões poético-científicas sobre o desejo de ver e voar.



Um dado vital acabou sendo incorporado pelo filme: a morte do pesquisador e animador cinematográfico Bernardo Vorobow (1946-2009), companheiro e produtor dos filmes de Adriano. As imagens de Bernardo, reiteradas ao longo de todo o filme, sublinham os temas da memória, da desaparição e da reaparição, tão intrínsecos à matéria do cinema. Bernardo, às voltas com uma pequena câmera fotográfica digital no Champs de Mars, cria uma interessante dilatação temporal e tecnológica com as buscas dos pioneiros da imagem em movimento, um século atrás.



Como nunca fizera em seus curtas, Adriano recorre aqui a depoimentos formais para puxar o fio de seu arrazoado. Ismail Xavier, Eduardo Morettin, Henrique Lins de Barros (biógrafo de SD), Ken Jacobs, curadores e historiadores internacionais comentam em paralelo a curiosidade do aviador e a gênese do cinema, bem como o trabalho contemporâneo com materiais de arquivo. O filme de Adriano, aliás, nasceu de um incrível achado arqueológico: centenas de cartões reproduzindo os fotogramas de um filmete da Biograph londrina, rodado para o mutoscópio em 1901. Nele, Santos Dumont aparece mostrando os desenhos e explicando o funcionamento de um balão. Um minuto precioso e desconhecido, que Adriano e Vorobow restauraram e devolveram à forma fílmica. Este é o elemento detonador de toda uma reflexão que nos leva a ver paralelismos formais entre os mecanismos do cinema e da aviação.



Uma inestimável antologia de imagens pioneiras de Marey, Muybridge, Méliès, Dickson, Cohl e outros complementa o prazer intelectual que esse pequeno longa oferece. Arte e pesquisa se unem e se comentam mutuamente num ensaio fertilizado também pelo aspecto afetivo.



Première Brasil em competição - longa documentário - (LEI) - Livre



QUI (30/9) 17:00 Odeon Petrobras [OD028]



SEX (1/10) 13:00 Pavilhão do Festival [PV013]



SAB (2/10) 15:40 Est Vivo Gávea 3 [GV342]



SAB (2/10) 20:00 Est Vivo Gávea 3 [GV344]



_______________________________________________________________________________



RISCADO



Brasil, 2010. De Gustavo Pizzi (96´).



por DANIEL SCHENKER WAJNBERG



Em Riscado , o espectador acompanha as dificuldades enfrentadas por uma atriz, Bianca (interpretada por Karine Teles), obrigada a distribuir folhetos e fazer telegramas animados, para conquistar um lugar ao sol. Mas o fato de a personagem ser batalhadora não a torna necessariamente interessante como protagonista. O filme segue a tendência de celebrar a pessoa comum, obrigada a se sujeitar a empregos inferiores às suas possibilidades.



A faceta mais interessante reside na assumida busca pela verdade, pelo não representado, pelo entrelaçamento entre vida e arte, a exemplo de uma das falas de Bianca: “eu quero fazer um filme honesto, que não tenha mentira. Um filme que fale sobre mim”, afirma, resumindo, de certo modo, a plataforma de intenções de Riscado . Uma transparência que influencia no registro interpretativo buscado por Gustavo Pizzi.



Os atores parecem improvisar uma conversa descontraída, como se não estivessem diante de uma câmera. Mesmo que tenha improvisado durante a filmagem, o elenco envereda por um naturalismo refinado, cuja construção não permanece à mostra para o espectador. Nesta proposta, os trabalhos de Lucas Gouvêa e, em especial, de Gisele Fróes merecem elogios.



Première Brasil em competição - longa ficção - (LEI) - 12 anos



SAB (25/9) 21:45 Odeon Petrobras [OD009]



DOM (26/9) 15:10 Pavilhão do Festival [PV004]



SEG (27/9) 17:50 Est Vivo Gávea 3 [GV318]



SEG (27/9) 22:10 Est Vivo Gávea 3 [GV320]



________________________________________________________________________________



POSITIVAS



de Susanna Lira. Brasil, 2009. 78min



por CARLOS ALBERTO MATTOS



Maria Medianeira flagrou o marido com outro homem em sua cama. Silvia por algum tempo desconfiou que o esposo tinha uma amante. Rosária levou dez anos para descobrir que seu companheiro era usuário de drogas. Todas perderam o parceiro para a AIDS e ficaram elas mesmas infectadas. Positivas vai ao encontro de seis mulheres como essas, que contraíram o HIV num relacionamento fixo, tido como seguro e moralmente “adequado”.



A atitude da diretora Susanna Lira é tão simples quanto a de visitar e ouvir histórias. O trabalho foi facilitado pelo fato de que todas as personagens, embora de cinco estados diferentes, militam em organizações de esclarecimento sobre prevenção e combate ao preconceito, dentro do marco do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas. Isso lhes dá a capacidade de expressão necessária a um relato vivo de como passaram do “luto” inicial à luta por reescrever a própria vida e ajudar outras pessoas em situação semelhante.



Positivas é filme que rende melhor em exibições dirigidas a públicos específicos, com vistas a disseminar aquelas experiências, suscitar o debate e empoderar plateias. Isso tem sido feito com frequência, como se vê no blog do filme. A franqueza das “positivas” nos depoimentos diretos é mais atraente que as tentativas de flagrar sua intimidade em família ou no trabalho.



Première Brasil em competição - longa documentário - (LEI) - 10 anos



QUA (29/9) 17:00 Odeon Petrobras [OD024]



QUI (30/9) 13:00 Pavilhão do Festival [PV011]



SEX (1/10) 15:40 Est Vivo Gávea 3 [GV337]



SEX (1/10) 20:00 Est Vivo Gávea 3 [GV339]



---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



MEMÓRIA CUBANA



de Alice de Andrade e Iván Nápoles. Brasil / França / Cuba, 2009. 71min.



por CARLOS ALBERTO MATTOS



Iván Nápoles passou à história do cinema quando baixou a câmera para enquadrar as chinelas de Ho Chi Minh caminhando no Vietnã. Ele era um dos bravos cinegrafistas do ICAIC que registraram as primeiras décadas da Cuba revolucionária e suas missões no Vietnã, Camboja e África. Hoje um simpático senhorzinho habanero, guarda em vários cadernos escolares as memórias do tempo em que trabalhava sob as ordens de Santiago Álvarez. Alice Andrade o convocou para codirigir essa ótima rememoração dos Noticieros ICAIC, um tesouro do documentarismo latino-americano.



As recordações, muitas divertidíssimas, dos velhos colaboradores de Álvarez fazem o encanto de Memória Cubana. Somem-se a isso as preciosidades do acervo e temos uma atração imperdível. Enquanto vemos cenas memoráveis de clássicos como Ciclón, 79 Primaveras e Hasta la Victoria Siempre, conhecemos detalhes saborosos do método de trabalho dos Noticieros. “O que filmei não está à altura do que passei”, conta um dos cinegrafistas que filmaram os combates de Playa Girón, em 1961. Em outro bom momento, o montador Idalberto Gálvez praticamente reivindica a autoria do antológico curta Now!, explicando como editou e criou o impacto do filme a partir das fotos e das músicas que Santiago Álvarez simplesmente lhe entregou.



O roteiro de Alice Andrade explora muito bem os vários momentos da história do Noticiero – do surgimento como nascedouro de um cinema legitimamente cubano, em 1960, até a fase “crítica” dos anos 70 e seu desaparecimento com a crise da economia cubana na década de 90. Ressurgem ali lugares, pessoas e cenas que fizeram do cinejornal um gesto de criação, e da História, um vigoroso ponto de vista.



Première Brasil em competição - longa documentário - (LEI) - Livre



DOM (26/9) 17:15 Odeon Petrobras [OD012]



SEG (27/9) 13:00 Pavilhão do Festival [PV005]



TER (28/9) 15:40 Est Vivo Gávea 3 [GV322]



TER (28/9) 20:00 Est Vivo Gávea 3 [GV324]



---------------------------------------------------------------------------------------------------------



MALU DE BICICLETA



De Flávio R. Tambellini. Brasil, 2010 (96´).



Por Daniel Schenker Wajnberg



Escorado no livro de Marcelo Rubens Paiva, Flávio R. Tambellini transportou Malu de Bicicleta para a tela. Na primeira metade da projeção, Tambellini/Paiva segue os rumos do Otelo, célebre protagonista de William Shakespeare, através de Luiz Mario (Marcelo Serrado), personagem repleto de namoradas, que, porém, desenvolve ciúme paranóico ao se envolver com a Malu do título (Fernanda de Freitas). A história, porém, não segue o rumo mais previsível: ao invés de enlouquecer, Luiz Mario esfria diante de Malu – e o filme se torna mais interessante.



Em todo caso, Malu de Bicicleta é prejudicado pela direção um tanto impessoal de Flávio R. Tambellini – que produz resultado inferior a Buffo & Spallanzani (2001) e O Passageiro, Segredos de Adulto (2006). Bate na tela como um típico filme médio, correto em todos os quesitos, mas sem sinais de brilhantismo à vista. Na última edição do Festival de Paulínia, foi excessivamente premiado com os troféus de melhor direção, ator e atriz. Boa a trilha sonora, a cargo de Dado Villa Lobos.



Première Brasil – (LEI) – 14 anos



TER (28/9) 22h – Odeon Petrobras (OD022)



QUA (29/9) 15h Pavilhão do Festival (PV010)



QUI (30/9) 17h50 Est Vivo Gávea 3 (GV333)



QUI (30/9) 22h10 Est Vivo Gávea 3 (GV335)



______________________________________________________________________________



BRÓDER!



De Jeferson De. Brasil, 2010 (93’)



Por Daniel Schenker Wajnberg



Aguardado filme de Jeferson De já exibido na última edição do Festival de Berlim e na África do Sul, durante a Copa do Mundo, Bróder! traz uma periferia distante do otimismo que atravessa os episódios de 5 X Favela – Agora por Nós Mesmos . Uma periferia, sem dúvida, mais violenta – no caso, o Capão Redondo, onde se reencontram Macu (Caio Blat), Pibe (Silvio Guindane) e Jaiminho (Jonathan Haagensen). O primeiro mora lá e deu partida a um flerte sem volta com o crime; o segundo se sacrifica para manter um padrão de vida classe média baixa; e o terceiro se projetou em esfera internacional como jogador de futebol.



Bróder! lembra um pouco demais De Passagem , bom filme de Ricardo Elias (também com Silvio Guindane no elenco), sobre antigos amigos que se reencontram na periferia e atravessam uma São Paulo marcada por contrastes sociais e econômicos. Mas Jeferson De voa acima de eventuais comparações ao lançar uma interessante reflexão sobre a questão racial: apesar de branco, Macu sente-se negro na integração com os moradores de Capão Redondo. Não por acaso, quando os amigos se desentendem, xingam uns aos outros de branco. Há uma busca pelo máximo de naturalidade, a ponto de o espectador ter a sensação de que está diante de pessoas e não de personagens, vertente bastante comum no cinema brasileiro contemporâneo. Além dos atores principais, Cassia Kiss, presença constante nas telas, desponta como destaque.



Première Brasil hors-concours – (LEI) – 16 anos



DOM (3/10) 22h – Odeon Petrobras (OD044)



TER (5/10) 17h50 – Est Vivo Gávea 3 (GV 358)



TER (5/10) 22h10 Est Vivo Gávea 3 (GV360)



________________________________________________________________________________



LIXO EXTRAORDINÁRIO



De Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley. Brasil, 2009



Por Daniel Schenker Wajnberg



Lixo Extraordinário , documentário de Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley, foi o filme que mais sensibilizou a plateia durante o Festival de Paulínia. Ao final da sessão, as portas do cinema se abriram, mas o público não queria deixar a sala de projeção. Muitos fizeram questão de cumprimentar os catadores de material reciclável de Jardim Gramacho, em Caxias, que travaram parceria artística com Vik Muniz.



Mas a reação emocionada da plateia não serve aqui como indicador seguro: o mérito de todo o trabalho realizado com os trabalhadores no maior aterro sanitário da América Latina é bem superior à qualidade cinematográfica. Os diretores reuniram bons personagens, que ressaltam a solidariedade oriunda do convívio diário, mas investiram num documentário edificante que não hesita em se valer do lugar-comum (a exemplo da passagem em que Muniz pergunta a um dos catadores sobre a visão dele acerca da arte contemporânea).



Première Brasil



QUA (29/9) 19h30 Ideon Petrobras (OD025)



QUI (30/9) 15h Pavilhão do Festival (PV012)



QUI (30/9) 13h50 Est Vivo Gávea 1 (GV136)



QUA (6/10) 17h Cinema Nosso



QUA (6/10) 20h Ponto Cine



QUA (6/10) 20h20 Est Vivo Gávea 1 (GV139)

citymulti.com.ua/
кондиционер mitsubishi
bestessay.co.uk/

Voltar
Compartilhe
Deixe seu comentário