Críticas


MAIS VELOZES MAIS FURIOSOS

De: JOHN SINGLETON
Com: PAUL WALKER, TYRESE, EVA MENDES, COLE HAUSER
19.06.2003
Por João Mattos
SAUDADES DO PRIMEIRO FILME

O primeiro Velozes e furiosos, era um belo filme de ação, que tinha como diretor Rob Cohen (responsável pelo excelente Coração de dragão), e era estrelado por Vien Diesel, nova aposta como herói de fitas de ação (juntos, ele e Cohen fizeram o posterior e medíocre Triplo X) graças ao seu carisma interessante de brucutu irônico. Esta continuação, + Velozes, + Furiosos, não tem mais nem Cohen (agora dirige John Singleton) nem Diesel, mas manteve o ator que era co-protagonista do primeiro filme, Paul Walker (Ela é Demais), no papel do policial Brian. Cohen e Diesel acabam fazendo falta.



A nova trama traz Brian, ex-policial de Los Angeles (perdera o cargo por ter deixado fugir de propósito o personagem de Diesel no final da primeira fita) morando agora em Miami, claro, envolvido em corridas de carros (mote básico da trama) e fazendo um favor para a polícia local: em troca da ajuda dele para pegar um traficante argentino, Brian tem perdoado seus envolvimentos em rachas ilegais. Contracenando com Walker como um parceiro nessa empreitada, no lugar do soturno Diesel, colocaram o chato Tyrese, para fazer uma série de gracinhas sem a menor graça.



Como se vê uma trama simples, e os comodistas acham que uma boa história não é necessária para um filme cheio de cenas de ação, ela nada mais deve ser além de um suporte para o frenesi das pancadarias, perseguições de carro, explosões, etc. Nem é preciso se aprofundar no assunto, lembrar que uma grande aventura ou um grande épico, de verdade, é boa na medida em que seus acontecimentos são gerados por uma grande trama. O problema é que a maioria esmagadora dos filmes de ação, por mais agitação que tenha, tem na maior parte de sua metragem, uma história, e a duração das cenas de ação é menor do que a trama que as alavanca. Portanto, há que se ter uma trama minimamente razoável para esperarmos por cenas de ação mesmo que as cenas sejam de primeiro escalão.



E vem o problema duplo de + Velozes, + Furiosos: a historinha é muito panaca (a do primeiro filme sem nada, nada de genial, era melhor), servindo ainda por cima, de moldura para meia dúzia de cenas, que à parte a primeira corrida, realmente interessante, são repetitivas e sem brilhantismo. O estilo dos planos, da montagem, nada tem de sensacional, e muitas vezes é barulhento e cansativo. Aliás, este é outro erro grave a respeito de fitas de ação: barulho, cor e velocidade de jeito nenhum significam necessariamente cenas de qualidade.



Ao menos Mais velozes, mais furiosos educa num ponto: mostra como a aposta no diretor John Singleton, que ao estrear com o superestimadíssimo Boy’z the hood – Os donos da rua (91), foi saudado como uma espécie de novo Spike Lee se revelou um equívoco grave. Meia dúzia de filmes depois, dá para ver como o desenvolvimento da carreira dele foi pífio nos aspectos artísticos e/ou comerciais. Se você quer ver alguma coisa veloz e furiosa que vale a pena mesmo, é melhor alugar na locadora o primeiro filme. E uma dica: este segundo filme não traz uma cena final depois que aparecem todos os créditos, tal como acontecia no primeiro.



# + VELOZES + FURIOSOS (2 FAST 2 FURIOUS)

EUA, 2003

Direção: JOHN SINGLETON

Roteiro: MICHAEL BRANDT, DEREK HAAS, GARY SCOTT THOMPSON.

Produção: MICHAEL FOTTRELL, LEE R. MAYES, NEAL H. MORITZ.

Fotografia: MATTHEW F. LEONETTI

Montagem: BRUCE CANNON, DALLAS PUET.

Música: DAVID ARNOLD

Elenco: PAUL WALKER, TYRESE, EVA MENDES, COLE HAUSER, JAMES REMAR, DEVON AOKI.

Duração: 108 min

site: www. thefastandthefurious.com/

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