Nos seus melhores momentos, esse documentário lembra de longe uma comédia romântica de Woody Allen. Nos piores, sugere uma daquelas antigas gincanas que só interessavam mesmo a quem delas participava. Entre um extremo e outro, o cinéfilo e diretor Brian Herzlinger, 28 anos, nos apresenta em detalhes o grande projeto de sua vida: conseguir um encontro com a atriz Drew Barrymore, por quem tinha uma queda desde que a viu em E.T., aos oito anos.
Os caminhos que ele toma são até convencionais: procurar pessoas relacionadas com Drew, publicar um site, fazer apelos no rádio, enviar uma isca em DVD, freqüentar a esteticista de sua musa etc. O que soa espantoso é que isso possa dar filme. Daí Meu Encontro com Drew estar sendo consumido não apenas como uma docomédia razoavelmente divertida, mas também como uma radiografia do estado-da-arte em matéria de personal film e culto da celebridade.
Com sua cara e jeito de bebezão crescido, Herzlinger trafega na mesma faixa dos nerds que viram info-milionários da noite para o dia. Hollywood já deve estar de olho nele, assim como as mães que escrevem para o seu site oferecendo filhas em casamento. A certa altura do filme, o maduro diretor de TV Bill d’Elia comenta que o sonho do seu tempo era a paz mundial. Herzlinger dá uma risada e prossegue na busca do seu intento universal: ao menos tomar um drink com a mais gordinha das panteras.
# MEU ENCONTRO COM DREW BARRYMORE (MY DATE WITH DREW)
Direção e edição: BRIAN HERZLINGER, JON GUNN, BRETT WINN
Duração: 90 minutos