Críticas


INFERNINHO

De: GUTO PARENTE e PEDRO DIÓGENES
Com: RAFAEL MARTINS, YURI YAMAMOTO, DEMICK LOPES, SAMYA DE LAVOR
23.05.2019
Por Maria Caú
O filme aposta no pitoresco e no kitsch, com direção de arte e figurinos muito bem elaborados.

Deusimar é dona do 'Inferninho', um bar de música ao vivo repleto de tipos estranhos, entre clientes e funcionários. Numa noite, um marinheiro fugido adentra o estabelecimento e muda as relações de poder ali existentes. Essa é a trama bastante clássica de um filme que na verdade aposta no pitoresco e no kitsch, com referências que passeiam por David Lynch, Lewis Carroll e Cinema Marginal, apoiado numa direção de arte e em figurinos muito bem elaborados.

Esse universo estranhamente acolhedor suscita o afeto do espectador, mas aos poucos a fórmula cansa, principalmente porque a invenção estética é acompanhada por uma estrutura narrativa tão tradicional que se torna de certa forma ingênua e pouco consonante com a proposta plástica do filme. Quando as situações curiosas se tornam banais, e aquele mundo se ancora, o filme vacila um tanto até chegar a um desfecho satisfatório.

No papel do Coelho, um dos atendentes do bar, Rafael Martins tem a mais nuançada atuação, fundada num viés não naturalista que reflete o jogo cênico, com um ritmo de fala leporino, em pequenos saltos apressados, sendo seu monólogo final para a patroa o momento mais emocionante do filme.

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