O diretor Chan-wook Park repete sua estética virtual (com alguns momentos bem bregas) em um filme mais “doce” do que os carregados Oldboy e Lady Vingança. Chega a lembrar filmes do “estilo” Amélie Poulain pela ambientação com efeitos visuais em busca de um clima algo fantasioso ou de fábula. Desta vez a tecnologia digital está a serviço de delírios e alucinações de uma mocinha que se crê cyborg e de alguns colegas de internação psiquiátrica.
Novamente a loucura serve como “licença poética” para uma série de bobagens de um roteiro que fica entre o que seria trágico (e que aparece muito atenuado) se não fosse a intenção cômica (sem muita graça): equívoco recorrente em ficções rasas e fora do tom quanto à realidade das psicoses. A habilidade técnica do cineasta não é suficiente para um vôo mais alto: tudo é muito inconseqüente e inconsistente.
Desta vez, nem os fãs que curtiram os truques de cinema a serviço da violência exacerbada dos filmes anteriores do diretor mencionados acima devem ficar satisfeitos com a abordagem rósea das pirações abordadas.
# I’M A CYBORG, BUT THAT’S OK (Saibogujiman kwenchana)
Coréia do Sul, 2006
Direção: CHAN-WOOK PARK
Roteiro: SEO-GYEONG JEONG e CHAN-WOOK PARK
Fotografia: JEONG-HUN JEONG
Montagem: JAE-BEOM KIM e SANG-BEON KIM
Música: YEONG-WOOK JO
Elenco: SU-JEONG LI e RAIN
Duração: 105 minutos
Site oficial: http://www.cyborg2006.co.kr/