O projeto era ambicioso: reencenar um célebre caso jurídico do século 19, que precipitou a extinção da pena de morte no Brasil, com elementos contemporâneos de metalinguagem. Temos, então, um diretor de teatro em crise nervosa, uma encenação no manicômio, uma paixão louca – e assim elimina-se o tempo, além de uma cara reconstituição de época. Em troca, Sem Controle nos oferece pouco mais que clichês de dementes, homem perdido e mulheres enciumadas.
Estreando na direção, Cris d’Amato dá mostras de apreciar o estilo do terror adolescente asiático. De um lado, privilegia a visualidade, o que não é mau. De outro, investe numa histeria sonora crescente, que faz uma cena de amor soar como um prédio em demolição. Talvez, se o elenco não esbanjasse tanto “charme” fora de lugar e Eduardo Moscovis não balançasse tanto o corpo para expressar instabilidade, houvesse um maior controle sobre o resultado.
SEM CONTROLE
Brasil, 2007
Direção: CRIS D’AMATO
Roteiro: SYLVIO GONÇALVES
Fotografia: NONATO ESTRELA
Direção de arte: ALERXANDRE MEYER
Montagem: EDUARDO HARTUNG
Música: PEDRO BERNARDES
Elenco: EDUARDO MOSCOVIS, MILENA TOSCANO, VANESSA GERBELLI, DIRCE MIGLIACCIO
Duração: 90 minutos