Críticas


MISS VIOLENCE

De: ALEXANDROS AVRANAS
Com: TEHMIS PANOU, ELENI ROUSSINOU, CHLOE BOLOTA
15.10.2014
Por Luiz Fernando Gallego
O filme se perde na repetida busca de um sentido mais alegórico do que realista que represente a sociedade através do microcosmo familiar.

Com uma pegada algo assemelhada a de outro filme grego, Dente Canino (2009), exibido no Brasil apenas no Festival de São Paulo, este Miss Violence coloca o núcleo familiar no cerne de questões mais amplas, especialmente no caso das consequências da longa crise econômica de seu país.

Na abertura, enquanto é comemorado o aniversário de onze anos de uma das filhas, ela se joga da varanda. Claro que isso não ocorreria em um ambiente que não fosse bastante disfuncional.

A direção procura uma narrativa seca e distanciada com bastante eficiência, lembrando alguns filmes antigos de Haneke, mas patina na repetição dos motivos do suicídio da menina - motivos algo previsíveis, como desconfiam os agentes de Serviço Social local – e também o espectador pode supor.

Confirmadas as suspeitas, o enredo persevera na exposição da degradação moral aliada à penúria econômica e se perde na insistente busca de um sentido - um tanto mais alegórico do que realista - que consiga representar a situação mais geral da sociedade através do microcosmo familiar. Mas nem mesmo as cenas mais chocantes conseguem evitar o tédio na reiteração de ideias bastante óbvias que o filme pretende transmitir de modo pleonástico.

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