Um diretor de cinema de Seul vai falar sobre um filme seu em outra cidade, chega um dia antes e tem um encontro casual com uma moça que está se dedicando à pintura. Eles vão a um café, ao ateliê dela, a uma casa de sushi (onde bebem bastante), à casa de uma amiga da moça... Estas situações, dentre outras, serão vistas duas vezes com desenvolvimentos diversos. Algo como variações sobre os mesmos temas: um “díptico” que pode lembrar tanto a experiência de Alain Resnais em Smoking/No Smoking (inclusive quanto a fumar ou não fumar - uma citação?), assim como o “tríptico” que o mesmo Hong Sang-soo lançou em 2012 com Isabelle Huppert (A Visitante Francesa). O resultado, desta vez, parece mais harmonioso, com um leve toque humor bastante delicado e excelentes desempenhos do casal central.
Tudo se passa em torno de 24 horas nas duas versões, cada uma delas com quase uma hora de projeção: na primeira, as coisas começam a desandar aos poucos; resta saber se os encontros e desencontros vão se suceder de modo mais harmonioso na segunda versão.
A câmera, quase sempre em planos fixos e longos, mantém, em cada cena, o mesmo enquadramento - dentro do qual os atores dialogam o tempo todo. O uso do som e da música com adequada parcimônia é outro destaque, assim como a fotografia que explora muito bem as cores vivas.
O filme recebeu o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno de 2015, além do prêmio para ator e do Júri ecumênico. Também foi exibido no Festival do Rio do ano passado.
