África Hoje é a primeira mostra exclusiva e internacional de documentários africanos a ser realizada no Brasil, de 15 a 27 de maio no Rio de Janeiro e de 29 de maio a 10 de junho em São Paulo, na Caixa Cultural.
A organização é do cineasta Marco Abujamra e da produtora Mariana Marinho, ambos da Dona Rosa Filmes. O evento tem curadoria do moçambicano Pedro Pimenta, organizador do Dockanema, principal festival internacional de documentários na África, e da cineasta Luciana Hees.
São ao todo 24 filmes, longas e médias metragens, que serão exibidos em sessões únicas. A mostra contará ainda com a realização de um debate, dia 26 de maio às 17h30, com o tema África Hoje com a participação de Luciana Hees, Marco Abujamra e o doutor em cinema e estética, especialista em cinema africano, Mahomede Bamba*.
África Hoje pretende oferecer um vasto panorama da produção africana contemporânea de documentários, realizados por cineastas de diversas nacionalidades (França, Egito, Espanha, Inglaterra, EUA e outros). Os filmes tratam de questões prementes do continente, que em muitos aspectos dialogam com a realidade brasileira, além de oferecer uma vasta reflexão sobre a diversidade da condição humana. “O documentário africano reflete essa diversidade e paradoxo de forma honesta. O olhar sobre as realidades do continente por parte dos documentaristas proporciona a possibilidade de enxergamos sem demagogia fácil, a complexidade de um continente que muitos já apontam como sendo o continente do século XXI”, afirma o curador Pedro Pimenta.
Questões instigantes e impactantes, como a convivência numa piscina pública entre brancos e negros, na África do Sul pós-apartheid (Dias de Sea-Point, de François Verster); ou um decreto do governo para combater o banditismo, que gerou uma onda de mortes da população de Douala, na República dos Camarões (A Milícia de Camarões, de Oswalde Lewat-Hallade), são abordadas pelos cineastas selecionados.
Os documentários incluem reflexões sobre a condição da mulher africana, segregação social, relações internacionais, seqüelas e subprodutos das guerras, novas gerações e o futuro do continente. A programação oferece uma ampla amostragem do que de melhor foi produzido nos últimos anos, com uma inteligente e sensível escolha de filmes que abordam temas e situações emblemáticas de diversos países. “África Hoje vem como uma possibilidade de trazer os múltiplos universos africanos, pouco ou mal conhecidos, que estão do outro lado do Oceano Atlântico, num lugar romanticamente chamado pelos brasileiros de Mãe-África”, comenta a curadora Luciana Hees.
Informação sobre os filmes e programação: http://mostraafricahoje.blogspot.com.br/
Palestrante convidado:
* Mahomede Bamba é natural da Costa do Marfim. Doutor em Cinema, Estética do Audiovisual e Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e professor adjunto na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Publicou vários artigos sobre as teorias da recepção cinematográfica e os cinemas africanos, é membro do conselho deliberativo da SOCINE (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema) e participou de festivais e mostras de cinema como convidado, palestrante e membro do júri - Mostras de Cinemas Africanos de Florianópolis-2007-2009; Amazonas Film Festival-2008; pré-seleção do Festival de 5 minutos da Bahia (2008); VI Panorama Internacional Coisa de Cinema-Salvador-Bahia-2010.
ÁFRICA HOJE
Data: de 15 a 27 de maio
Local: Caixa Cultural Rio
End: Av. Almirante Barroso, 25. Centro - Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2544-4080
www.caixa.gov.br/caixacultural
Horários: sessões de ter a dom, às 16h e às 19h
Ingressos: R$ 2,00 e 1,00
Classificação Etária: Confira a classificação diretamente no local
Mais informações: Mônica Villela
META Companhia de Imprensa
Tel: (21) 8777-7760
monicav@infolink.com.br
Programação:
África Hoje – 1ª Mostra de Documentários Africanos - 24 Filmes
Dias de Sea Point
Francois Verster
2008, 96m, South Africa
Relação brancos negros nas piscinas públicas da orla de Cape Town
Fronteira de amor e ódio
Camilo de Souza
2008, 33m, Moçambique
Moçambicanos agredidos pelos sul‐africanos por invadirem o mercado de trabalho da África do Sul.
Egito: Estamos vigiando você
Liela Menjou e Sherief Alkatsha
2007, 53m, Egito
3 mulheres tentam educar a população a reivindicar seus direitos reforçando a democracia.
Subverses
Ella Raidel
2011, 45m, Moçambique
Investimentos chineses em Moçambique, relação com o governo e trabalhadores moçambicanos.
Walking is dancing
Deborah Stratman
2005, 40min, EUA/Malawi
Sisters in law
Kim Longinoto e Florence Ayisi
2005, 104m, UK/ Camarões
Rotina de 2 juízas comunitárias.
Mahaleo
Ceasar Paes e Raymond rajaonarivelo
2005, 102m, Magadascar/França
Música e política em madagascar
Dansa als esperits
Ricardo Iscar
2009, 78, Espanha
Dolce vita africana
Cosima Spender
2008, 59, Inglaterra/Londres
These girls
Tahani Tached
2006, 66m, EUA/NY
Marrabentando
Karen Boswall
2003, 52, Moçambique
Viagem de Moçambique a SA com uma banda de musicos jovens que misturam rítmos tradicionais e contemporaneos
El ejido, la loi du profit
Jawad Rhalid
2006, 80m, Bélgica
Congo in four acts
Dieudo Hamadi, Divita Wa Lusala, Kiripi Katembo Siku, Patrick Ken Kalala
2010, 71m, EUA/NY
Oxalá cresçam pitangas
Kiluange Liberdade e Ondjaki
2006, 60m, Portugal
Kinshasa symphony
Martin Baer, Claus Wischmann
2010, 95min, Alemanha
O Congo, a população de Kinshasa e a música
Behind the rainbow
Jihan El-Tahri
2003, 55m, South Africa
Nomand´s home (BeitSha´ar)
Imam Kamel
2010, 61m, Egito
No more fear
Mourac Ben Cheikh
2011, França/Paris
A milícia de Camarões
Oswalde Lewat- Hallade
2006, 90m, Camarões/França
Um decreto do governo para combater o banditismo gera uma onda de mortes na população de Douala.
The witches of gambaga
Yaba Badoe
2010, 60m, Ghana
A mulher africana e a feitiçaria.
Neither Allah, nor master
Nadia El Fani
2011, EUA/NY
Khanimambo Moçambique
Constance Latourte
2010, 54m, Moçambique/ Chile/França
Chilenos exilados trabalham em Moçambique durante a Guerra Fria.
Outras frases
Jorge António
2003, 52m, Portugal
Batuque - A alma do povo
Julio Silvão Tavares
2005, 52min, Cabo Verde
O Batuque, antiga manifestação cultural do Cabo Verde originária dos escravos.
Data Sessão 16h Sessão 19h
Dia 15 Terça Dolce vita africana (59 min) Dias de sea point 96 min
Dia 16 Quarta Kanimambo Moçambique 54 min Sister in law 104 min
Dia 17 Quinta Egito: Estamos vigiando você 53´ Kinshasa symphony 95 min
Dia 18 Sexta Walking is dancing 40 min El Ejido, la loi du profit 80min
Dia 19 Sábado Behind the rainbow 138´ Dansa als esperits 78 min
Dia 20 Domingo Neither Allah, nor master 75´ A milícia de Camarões 90 min
Dia 22 Terça Nomad’s home 61 min Congo in four acts 71 min
Dia 23 Quarta No more fear The witches of gambaga 60 min
Dia 24 Quinta Batuque – A alma do povo 52´ These girls 66 min
Dia 25 Sexta Oxalá cresçam pitangas 60´ Fronteira de amor de ódio 33 min
Dia 26 Sábado Subverses 45 min Mahaleo 102 min
Dia 27 Domingo Outras frases 52 min Marrabentando 52 min
Sobre os curadores:
Pedro Pimenta é cineasta e produtor. Começou sua carreira no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique em 1977. Desde então, produziu inúmeros curtas de ficção, documentários e longa-metragens. Em 1997, produziu o filme "Fools", primeiro longa metragem rodado por um sul africano negro (Ramadam Suleman) e, no mesmo ano, "Africa Dreaming", crônica da África em seis atos, tendo como tema comum o amor. Entre 1997 e 2003, foi Conselheiro Técnico da UNESCO no Zimbabwe Film and Video Training Project for Southern Africa, em Harare. É um dos fundadores do AVEA – Audio Visual Entrepreneurs of Africa. Também é membro correspondente estrangeiro da "Association du Cinéma du Réel", encontro internacional do cinema documentário. É fundador e diretor do Dockanema – Festival Internacional do Filme Documentário em Moçambique.
Luciana Hees envolveu-se com o cinema documentário em 2005, quando foi convidada a desenvolver a imagem para a primeira edição do Dockanema. Em 2010, realizou o seu primeiro curta “O Salão Azul”, selecionado para o International Film Festival of Rotterdam ‐ IFFR e para o Images Festival of Toronto. No Brasil criou e ilustrou inúmeras capas de livros e ficou classificada na VI Bienal Brasileira de Design (2002), em São Paulo. Em 2010 fez sua primeira exposição individual no Centro Cultural Franco-Moçambicano. Paralelamente desenvolve também projetos pessoais em artes plásticas. Luciana vive e trabalha em Moçambique desde 2003.
Ficha técnica
Curadoria: Pedro Pimenta e Luciana Hees
Concepção e produção executiva: Marco Abujamra e Mariana Marinho
Coordenação de produção: Mariana Marinho
Produção: Flávia Naliato
Assistente de produção: Lucas Iozzi
Produção local SP: Alex Andrade
Design gráfico: Clarice Soter e Eneida Déchery
Revisão e adaptação de textos: Laura Figueira
Tradução de textos: Cynthia Soibelman e Bem Produções
Tradução e legendagem eletrônica: 4 Estações
Produção gráfica: Sidnei Balbino
Assessoria de imprensa RJ: Monica Villela
Realização: Dona Rosa Produções Artísticas