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MORRE O DIRETOR DE PERDIDOS NA NOITE

26.07.2003
Por Fernando Albagli
MORRE O DIRETOR DE PERDIDOS NA NOITE (MIDNIGHT COWBOY)

John Schlesinger nasceu em Londres, no dia 6 de fevereiro de 1926, filho de um médico judeu. Seus primeiros contatos com o show business foram, durante a Segunda Guerra Mundial, em espetáculos para os soldados, apresentando números de mágica e, depois da guerra, em Oxford, representando em peças estudantis. Antes de dirigir, foi ator e sempre se mostrou hábil em conduzir intépretes. No começo da carreira atrás das câmeras, foi um dos angry young men, ao lado de Tony Richardson e Karel Reisz. Diretor muito ativo na televisão inglesa desde 1957, atraiu a atenção do mundo cinematográfico ao ganhar um prêmio, no Festival de Veneza de 1961 com seu documentário Terminus, de 45 minutos, passado na estação ferroviária de Waterloo, em Londres.



No ano seguinte, estreou em longas com Ainda Resta uma Esperança (A Kind of Loving), que lançou o ator Alan Bates, sobre a vida de um jovem casal obrigado a se casar, quando a moça fica grávida. O segundo filme mereceu ótimas críticas e levou Tom Courtenay ao estrelato. Foi O Mundo Fabuloso de Billy Liar (Billy Liar),1963, sobre um rapaz que se refugia na fantasia para fugir de uma vida insípida.



Darling, a que Amou demais (Darling),1965, foi importantíssimo na carreira de Julie Christie (ela, inclusive, ganhou o Oscar do ano) e trouxe a Schlesinger o reconhecimento internacional, numa produção de orçamento maior. Grandes interpretações de Jon Voight e Dustin Hoffman também marcaram seu filme mais famoso, Perdidos na Noite (Midnight Cowboy),1969, seu primeiro americano, sobre a insólita amizade entre um cowboy urbano, que esperava ganhar a vida se prostituindo, e o doentio Ratso, na cidade de Nova York. Ganharam o Oscar o filme, o diretor e o roteirista Waldo Salt. Em 1971, mais dois intérpretes brilharam em filme de Schlesinger: Peter Finch e Glenda Jackson, em Domingo Maldito (Sunday Bloody Sunday), visão de costumes ingleses contemporâneos. Esses três últimos são considerados, ainda hoje, seus melhores filmes.



O Dia do Gafanhoto (The Day of the Locust),1975, é um mergulho na Hollywood dos anos 30. Maratona da Morte (Marathon Man),1976, um thriller que atraiu grande público e desagradou a críticos. Os Ianques Chegaram (Yanks),1979, agradou a muitos críticos, mas as salas ficaram vazias. Honky Tonk Freeway (na TV: Uma Estrada Muito Doida),1981, é uma farsa, e A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman),1985, é baseado numa história verídica de espionagem. Em 1983, realizou um bom telefilme – An Englishman Abroad – com Alan Bates interpretando o espião Guy Burgess. Outros de seus filmes: Longe Deste Insensato Mundo (Far From the Madding Crowd),1967, Adoradores do Diabo (The Believers),1987, Madame Sousatzka (Madame Sousatzka),1988, First and Last,1988, Morando com o Perigo (Pacific Heights),1990, O Inocente (The Innocent),1993, Em Busca da Felicidade (Cold Comfort Farm),1995, Olho por Olho (Eye For an Eye),1996, Sweeney Todd (na TV: O Barbeiro de Londres),1998.



Em 2000, sofreu um ataque cardíaco, do qual nunca se recuperou totalmente. Morreu no dia 25 de julho de 2003, num hospital em Palm Springs, Califórnia, cidade onde vivia, há 30 anos, com seu companheiro, o fotógrafo Michael Childers.



Extraído do livro Tudo Sobre o Oscar, de Fernando Albagli

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