O diretor japonês Takashi Shimizu havia conseguido a proeza de refazer um filme seu em Hollywood sem perder qualidade, ao dirigir O Grito (The Grudge), versão de Ju-On. Era um bom filme, e apesar da fraquinha Sarah Michelle Gellar no elenco, a decisão de ambientar a história no Japão foi um acerto e tanto da produção. A estrutura de idas e vindas no tempo, enquanto revelava a origem da estranha maldição, tornava-o mais assustador e envolvente. E, para desmentir o título brasileiro, ninguém gritava. Os silêncios e pequenos ruídos eram muito mais eficientes na hora de criar o clima.
O sucesso do primeiro O Grito foi enorme, inclusive no Brasil. E a expectativa para a sequência parecia ser tamanha que a Paris Filmes, que distribui o filme no Brasil, chegou a bancar viagens ao Japão para jornalistas acompanharem as filmagens. Mas O Grito 2 apenas tenta pegar carona no êxito do primeiro. Ele repete a fórmula dos flashbacks e até começa de forma promissora, mas os momentos de silêncio são trocados por uma gritaria desenfreada, clichês gastos (como a colegial atacada no chuveiro, por exemplo) e um excesso de aparições dos fantasmas (já que a ação se desenvolve paralelamente no Japão e EUA), que mais irritam do que assustam.
Agora é torcer pra que a maldição tenha chegado ao fim – pelo menos nos cinemas.
# O GRITO 2 (THE GRUDGE 2)
EUA, 2006
Direção: TAKASHI SHIMIZU
Roteiro: STEPHEN SUSCO e TAKASHI SHIMIZU
Elenco: AMBER TAMBLYN, JENNIFER BEALS, SARAH MICHELLE GELLAR, EDISON CHEN
Duração: 95 min
