Críticas


STARDUST

De: MATTHEW VAUGHN
Com: CLAIRE DANES, MICHELLE PFEIFFER, ROBERT DE NIRO
23.10.2007
Por Maria Silvia Camargo
MAGIA DE QUALIDADE

Milhões da indústria do entretenimento são gastos na tentativa de se agradar aos mais jovens, tarefa cada vez mais difícil neste mundo multimídia e veloz. O bom é que, nesta tentativa, muitas vezes são os mais velhos que se divertem. Este é o caso de Stardust – O Mistério da Estrela , de Matthew Vaughn (produtor de Snatch e Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes ). Apesar de unir elementos já conhecidos aos filmes de aventura e investir em dezenas de histórias diferentes ao mesmo tempo, o filme tem um time de atores veteranos vivendo personagens que agradam aos pais em cheio. De Niro está imperdível como um pirata meio esquizofrênico chamado Capitão Shakespeare; Rupert Everett marca no desempenho de um canastrão, mesmo ficando apenas uns sete minutos em cena e Michelle Pfeiffer demonstra coragem ao ter aceitado o papel de bruxa má que cai – literalmente – aos pedaços. O Rei é vivido por Peter O’ Toole e Claire Danes é a estrela do título. Baseado num livro do romancista e quadrinista Neil Gaiman, Stardust é bastante delirante, mas vale o ingresso.



No mundo de Gaiman, a Inglaterra – ou melhor, uma vila chamada de Stormhold – foi separada do mundo da fantasia por um muro. Tristan (Charlie Cox) é um dos poucos que se arrisca a atravessá-lo, para cumprir o pedido da mulher que ama, Victoria (Sienna Miller). Ela exige que ele lhe traga uma estrela cadente que caiu no mundo proibido. Nesta jornada, Tristan descobre que o objeto que brilha é vivo: trata-se de Yvaine (Claire Danes), que, ao deixar o céu, começa a ser perseguida por muita gente má. Três bruxas – uma referência às três Moiras da mitologia grega - capitaneadas por Lamia (Michelle Pfeiffer) querem comer seu coração vivo; sete príncipes que ambicionam se tornarem reis desejam lhe arrancar o colar de diamantes e por aí vai. Mesmo o bom Tristan a acorrenta. No entanto, no caminho de volta para Stormhold, os dois se envolvem em tantos duelos de magia e vêem tantas pessoas sendo transformadas em bode e ratos que tudo muda. O bacana é que os efeitos especiais não estão exagerados e quando não agüentamos mais tantas reviravoltas, entra em cena uma boa piada. Principalmente as protagonizadas pelos sete príncipes, que funcionam como um coro grego comentando os eventos. Gaiman é fã do bardo inglês e traz várias citações de sua obra, Hamlet especialmente. O que equivale dizer que o filme se refere à mitologia e tragédia gregas.



Ver que as Moiras – ao invés de traçarem o destino dos homens – consultam o oráculo no ventre dos animais com o único objetivo de ficarem jovens e lindas é de um deboche delicioso. Assim como o navio pirata e sua tripulação, que representam todo o ideal simbólico da aventura romântica até que se descubram os segredos do Capitão Shakespeare. Matthew Vaughn mantém o tom de ironia dos outros filmes que produziu em parceria com Guy Ritchie, e, por isto, demonstra grande fôlego para fazer outros filmes de adolescente.



Stardust – O Mistério da Estrela

EUA/ Inglaterra, 2007

Direção Matthew Vaughn

Roteiro Matthew Vaughn e Jane Goldman baseados na história de Neil Gaiman.

Produção Vaughn, di Bonaventura, Michael Dreyer e Neil Gaiman

Fotografia Ben Davis

Edição Jon Harris

Fotografia Ilan Eshkeri

Elenco Claire Danes, Michelle Pfeiffer, Robert De Niro, Charlie Cox, Sienna Miller, Ricky Gervais, Jason Flemyng, Rupert Everett,Peter O´Toole, Mark Strong, Kate Magowan.

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