Depois de interpretar um pai herói no piegas À Procura da Felicidade , o ator Will Smith reedita parceria com o diretor Gabriele Muccino em outro filme marcado pelo tom edificante: Sete Vidas , centrado num personagem norteado pela necessidade de reparar uma tragédia prestando ajuda a desconhecidos assombrados por doenças graves ou por circunstâncias extremadas.
Trata-se de uma produção que prega bons sentimentos na contramão do cinismo e do sarcasmo, propagados como características dos dias que correm. Se assim for, Sete Vidas é um filme que evoca um cinema (e uma visão de mundo) à moda antiga, como as máquinas de impressão tradicionais de Emily Posa (Rosario Dawson) que voltam a funcionar graças ao empenho de Ben Thomas (Smith).
No entanto, caminhar na contracorrente talvez tenha virado uma espécie de fórmula. Na tela, os ingredientes parecem um tanto calculados para suscitar determinada repercussão em quem assiste e transmitir uma dada mensagem. Os mecanismos empregados carecem de refinamento. Há, por exemplo, inegáveis excessos que comprometem a trilha sonora e a fotografia.
Na primeira metade da projeção, Muccino ilude o espectador ao apresentar Sete Vidas como um filme portador de uma proposta enigmática através do encadeamento aparentemente avulso de uma série de situações. Mas do instante em que tudo se encaixa em diante a trama fica reduzida ao plano do apelo emocional.
# SETE VIDAS (SEVEN POUNDS)
EUA, 2008
Direção: GABRIELE MUCCINO
Roteiro: GRANT NIEPORTE
Trilha Sonora: ANGELO MILLI,
Fotografia: PHILIPPE LE SOURD
Produção: TODD BLACK, JASON BLUMENTHAL, JAMES LASSITER, STEVE TISCH, WILL SMITH
Elenco: WILL SMITH, ROSARIO DAWSON. WOODY HARRELSON
Duração: 122 minutos