Para o bem e para o mal, Os Normais: O Filme não vai surpreender ninguém. Quem se divertiu com os mais de 70 episódios da televisão – como eu – vai dar boas risadas; quem achava o seriado chato vai achar o filme mais ainda. Porque, a rigor, trata-se apenas de um bom episódio, só que produzido para o cinema e com uma hora e meia de duração. A direção de José Alvarenga Jr é sóbria e eficiente, mantendo-se fiel à fórmula consagrada de brigas, traições e intimidades de um casal de classe média.
Fica a impressão que o filme é uma espécie de prêmio de consolação por conta do final da série – supostamente por esgotamento total de assunto. Eu continuaria assistindo. Já se fala, contudo, de um segundo filme, talvez em função do êxito de bilheteria do primeiro. Fenômeno que, a meu ver, se deve menos à inteligência e à graça do roteiro do que a química, sempre inexplicável, entre os atores Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres nos papéis de Rui e Vani – aqui na companhia dos igualmente engraçados Evandro Mesquita e Marisa Orth.
De resto, não se trata exatamente de uma obra que traga qualquer contribuição de linguagem ou coisa parecida – nem era esse seu propósito. O objetivo era mesmo capitalizar o sucesso da série num filme de entretenimento, e isso Os Normais certamente conseguiu fazer.
# OS NORMAIS: O FILME
Brasil, 2003
Direção: JOSÉ ALVARENGA JR
Roteiro: ALEXANDRE MACHADO e FERNANDA YOUNG
Produção: RODRIGO TAPIAS, EDUARDO FIGUEIRA e GUEL ARRAES
Fotografia: TUCA MORAES
Música: MARCIO LOMIRANDA
Elenco: LUIZ FERNANDO GUIMARÃES, FERNANDA TORRES, EVANDRO MESQUITA e MARISA ORTH
Duração: 88 min.